Memórias de Viagens

Eu e D. Lili   F iz muitas viagens e muitas delas inesperadas e impensadas nos tempos de criança ou adolescente lá na minha Miracema. Claro que sonhei estar na Torre Eiffel, em Paris, quem não sonhou com ela ou com uma viagem a Cidade Luz? Sim, sonhava em conhecer o Vaticano, conversava muito com minha mãe, apaixonada por história, literatura e geografia, Dona Lili tinha apenas o primeiro grau mas sabia muito mais do que eu, no ginásio, e tinha uma mente maravilhosamente bela.  Foi ela, minha mãe, que me deixou tomar gosto de viajar, pelo menos nos livros, revistas e nos jornais que chegavam à nossa casa. Me lembro, perfeitamente, dos dias em que chegava para o final de semana em Miracema, vindo do Rio de Janeiro, onde morava e trabalhava no início da década 1970, quando ela me perguntava: - Já visitou o Museu da Quinta da Boa Vista? Já foi ao Cristo Redentor? Tem que conhecer a história do Rio e saber muito da história do Brasil, me dizia e me cobrava minha mãe.  Pois en...

  A chuva cai, não intensamente, mas devagar, molhando a terra e o vento cortando o espaço e deixando um lastro de frio até na alma. Isto me lembra algumas viagens que fiz por aí, como em 2013, na Áustria, quando adentramos ao portão principal do Castelo de Sissi, a Imperatriz, e a chuva fina se transformou em neve e o vento frio soprava e deixava marcas nos cabelos espalhados e no rosto contraído.  Outro momento em que a chuva nos pegou, claro que o frio também, mas não atrapalhou em nada nosso passeio, foi em Montevidéu, em outubro de 2016, e nos deixou molhados por fora mas com o espírito de viajante quente, só atrapalhou nos momentos das fotos, como este, no Estádio Centenário, momentos antes de um jogo da Seleção do Uruguai, nas Eliminatórias, que deixou meu celular apagado por alguns momentos.  Lisboa, 2015, justamente quando descíamos para conhecer o Padrão dos Descobrimentos, ao lado da Torre de Belém, caiu uma daquelas chuvas de inverno, era março de 2015, uma b...

  Vamos passear por Conservatória, conhecida nacionalmente como a "Cidade da Seresta", mas Conservatória não é só musica e serestas, é um lugar bucólico onde você passará um final de semana deslumbrante e terá opções diversas para completar o dia para que a noite esteja, realmente, pronto para sentar à mesa de um bar e ouvir os seresteiros que aportam no lugar em busca de grandes momentos musicais.  Então, o que fazer em Conservatória? Podemos começar indicando uma visita a Estação de Trem e conhecer uma locomotiva, trazida dos Estados Unidos, construída em 1910 e que chegou ao Brasil com objetivo de puxar vagões de cargas e passageiros. Esta locomotiva está em permanente exposição em um dos principais lugares de Conservatória.  Claro que o Museu da Seresta é uma visita obrigatória, afinal você irá ao lugar justamente para apreciar as modinhas musicais e as canções mais tocadas na geração de seu pai, aliás, e a propósito, o repertório já está atualizado e você terá, nos b...

 Um lugar bucólico, que conheci através de um convite do amigo José Luiz da Silva, nosso Categoria, quando estivemos em Brasília, em 2014, e, após andar e conhecer todos os recantos da capital do Brasil ele me disse: - Dutra, vamos conhecer um lugar maravilhoso, onde estive algumas vezes com Marilza?  Nem perguntei onde era e onde ficava. Aceitei na hora. Alugamos um carro e partimos para um lugar chamado Pirenópolis, no Estado de Goiás, no caminho que leva a Mato Grosso, distante cerca de 15 km, que daria pouco mais de duas horas andando tranquilamente pela Rodovia Go-225 e por lá chegamos a tempo de dar uma volta, a pé, pelo Centro Histórico, e, depois do almoço, andar pelas ruas de paralelepípedo, bem cuidadas, e conhecer alguns lugares pitorescos da cidade.  Claro que não tivemos tempo para visitar as cachoeiras, bem famosas pelo Brasil afora, até Ana Maria Braga gravou por lá um especial para seu programa matinal, e algumas delas são destaques nos destinos turístico...

 Sempre me perguntam: Qual o lugar mais bonito que você visitou? Nunca tenho a resposta pronta, as vezes um lugar pode não ser o mais bonito, como é o Rio de Janeiro, e não ser o mais querido pelo viajante.  Pode ser um lugar não muito cotado pelos guias turísticos, como Sermoneta (foto ao lado), na Itália, que agrada e deixa boas lembranças, e tem lugares, bem conceituados e pontuados nas operadoras de turismo, como Porto de Galinhas, que não te agradam e não trazem boas recordações.  Em conversa com um amigo, no Armazém do Lenílson, ele me diz: "Meu filho detestou Paris, um lugar feio e sem graça". Tem que respeitar a opinião, eu, por exemplo, acho justamente o contrário, Paris é um dos lugares mais bonitos que visitei e me traz grandes recordações, aliás fui por lá três vezes e se não gostasse não voltaria jamais, que dever ser o caso do jovem citado aqui acima.  Tenho uma relação de 98 lugares visitados no exterior e 174 aqui no Brasil e tenho fotos em 98% destas...

Com o primo Miguel, que há havia nos guiado até a Costa Almafitana e nos proporcionado um domingo de Ramos no Vaticano, com direito a assistir a uma missa celebrada pelo Papa Francisco, saímos rumo a Assis, no seu carro que já apresentava problemas. Porém, tem sempre um porém, o Miguel é devoto de São Francisco, o protetor dos pobres e dos humildes, ele confiava no seu velho carango para nos levar e nos trazer de volta a Roma, de onde retornaríamos para o Brasil no dia seguinte, pela manhã.  Esquecemos o carro, os problemas mecânicos e elétricos, e focamos no passeio de um dia na cidade do Santo Protetor dos Animais e fundador da igreja que visitaríamos e conheceríamos a sua obra na cidade que escolheu para viver e morrer.  Chegamos na Região da Umbria após percorrer os 194 km de Roma, a capital italiana até Assis, e foi realmente uma aventura. Estacionamos o carro próximo a Basílica e tomamos um táxi para subir até a colina onde está a espetacular Basílica de São Francisco, u...

  De Roma para Nápoles no trem bala Saímos de Roma por volta das sete da manhã, era uma quarta-feira, 28 de março de 2018, da Stazioni Termini, no trem bala da Italo Trenitália, e em uma hora e meia descíamos na Stazioni Central, na Piazza Garibaldi, em Nápoles, para um passeio de doze horas pela segunda cidade em importância da Itália. Sobre o Trem Bala? Simplesmente sensacional, não dá para sentir os trilhos, olhar a paisagem é o mais importante e tem que ser rápido, nosso trem "voava" pelos trilhos a 290 km por hora e nos sentimos seguros e felizes.  Pegamos o metrô, eu, Marina, Gervásio e Helena Magno, dois parceiros desta viagem inesquecível, e descemos no centro histórico. Primeira parada para observação e aquecimento, entramos em uma loja, nem me lembro o que compramos, e o gerente me perguntou, em bom português: - São brasileiros? E, como gosto de dizer, respondi: - Sim, eu sou jornalista e estou passeando por um dia por aqui.  1a Parada = Piazza Garibaldi  E...

  E lá fomos nós para mais uma aventura na Europa, a quinta em dez anos, e escolhemos Espanha e Portugal como roteiro. Valência foi uma novidade, a cidade é realmente de luz, alegria e uma beleza natural incrível, banhada pelo Mar Mediterrâneo, que dispensa comentários, Valência foi uma grata surpresa para nós.  Em sua Catedral, uma das mais bonitas da Europa, está guardado o cálice da última ceia, o Santo Graal (foto acima) e a igreja ainda nos deixa de queixo caído com a riqueza de seu interior.  As Fallas, carnaval valenciano, são famosas em toda Espanha e em março, período em que tivemos por lá e que é realizado a festa, trazem a cidade milhares de turistas de todas as partes da Espanha e da Europa entre 14 e 19 de março. Rodamos a cidade em um tour, com a Abreu, e aproveitamos o tempo livre para participar ativamente da festa que se realizava na cidade e, claro, provamos o famoso quitute valenciano, a Paella, que é completamente diferente daquela que comemos ou tenta...

  Fechando a viagem de 2008, que foi a mais longa que fizemos nestes 16 anos de voos pela Europa, chegamos a Suíça, vindo pelos Alpes em ônibus da Europa Mundo, saindo de Veneza e chegando a Lugano, nosso primeiro ponto de parada em terras suíças.  Um tour pela cidade, um passeio à margem do lago e andar um pouco para relaxar a musculação e respirar um ar puro das montanhas. Foram poucas horas por ali mas com tempo suficiente para conhecer um pouco de Lugano. Mais alguns quilômetros acima, sempre subindo os Alpes Suíços, chegamos ao segundo destino do dia, Lucerna, uma cidade importante no país e um pouco maior do que Lugano. Ali vi a banda passar, literalmente, e perdi (ou ganhei) um tempo importante na viagem, recordar os velhos tempos de Banda Sete, em Miracema. Mais um tour pela cidade e tempo para um reforço na alimentação, afinal andávamos desde às seis da manhã e já chegávamos as cinco da tarde. Um big lanche no Burger King para matar a fome dos incautos viajantes....

Chegamos a 2011 e fizemos a nossa terceira viagem a Europa e desta vez aproveitando uma promoção da TAM, que inaugurava a linha Frankfurt/São Paulo e fez um pacote imperdível para quem gosta de aproveitar as promoções e voar por aí. Primeira parada: Paris e aqui estou, à margem do Rio Sena, curtindo este cenário maravilhoso e me recuperando das onze horas de voo desde São Paulo até a capital francesa.   Se tem Paris tem que ter Versalhes no roteiro e lá fomos nós, pela segunda vez, andar pelo castelo e pelos jardins mais procurados pelos turistas na Europa. E desta vez visitamos o Salão dos Espelhos, que na primeira visita estava em reformas e sua área estava fechada a visitação.  Uma manhã inteira visitando Versalhes e conhecemos mais um pouco do Palácio criado pelo Rei Sol, Luiz IV. Dois dias depois atravessamos o Canal da Mancha, em Ferry Boat, e aportamos em Dover, na Inglaterra, para outros três dias de passeio em Londres, que entrava em nosso mapa de viagens. Um giro pel...

  Esta foto, ao lado, é uma das minhas preferidas entre todas as que fiz durante estes trinta anos andando pelo Brasil e pelo mundo.  Explico: Meu sonho de infância era conhecer o Coliseu, em Roma, um dos mais imponentes cenários do turismo mundial, e na primeira viagem que fizemos a Itália, em 2008, pela CVC e Europa Mundo, não tivemos o prazer de chegar por perto deste cenário e observamos de longe, como mostro em outra foto, aqui abaixo, e em 2018, quando fizemos uma viagem "solo", nós, eu e Marina, com Gervásio e Helena Magno, curtimos todos os detalhes do Circuito Romano e andamos, por seis dias, pela capital italiana.  Assim, como na foto ao lado, eu vi o Coliseu em 2008, de dentro do ônibus e, confesso, me emocionei e chorei copiosamente quando me deparei com este espetacular cenário. E, disse para Marina, ainda no ônibus da Europa Mundo: Voltarei em breve e andarei por todos os cantos deste colossal monumento do tempo do Império Romano. E deu certo, dez anos depoi...